Benefícios da Radioterapia para o Câncer de Próstata Localizado

O câncer de próstata é uma das neoplasias mais comuns entre os homens, especialmente após os 50 anos. Quando diagnosticado em estágio inicial, ou seja, localizado apenas na próstata, diversas opções terapêuticas estão disponíveis, incluindo a Radioterapia.

A indicação do tipo de tratamento varia de acordo com as especificidades de cada caso, mas este artigo tem como objetivo comentar os benefícios da radioterapia no tratamento do câncer de próstata localizado, abordando suas modalidades e possíveis efeitos colaterais. 

Convido você a continuar a leitura para saber mais!

O que é a radioterapia?

A “Radioterapia” é um método que utiliza radiações ionizantes para destruir ou impedir a multiplicação das células cancerígenas. 

No contexto do câncer de próstata, ela pode ser aplicada de duas formas principais:

• Radioterapia externa: feixes de radiação são direcionados à próstata a partir de um equipamento externo ao corpo. Vale comentar que técnicas modernas, como a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) e a Radioterapia Conformacional Tridimensional (3D-CRT), permitem uma precisão ainda maior no direcionamento da radiação, poupando os tecidos saudáveis adjacentes.
• Braquiterapia (radioterapia interna): pequenas fontes radioativas são implantadas diretamente na próstata (técnica LDR), liberando radiação em uma área específica. Essa técnica é especialmente indicada para tumores de baixo risco e volume reduzido. Já a braquiterapia de alta taxa de dose (HDR) pode ser usada no risco intermediário desfavorável e casos selecionados de alto risco como reforço de dose (boost), em conjunto com a radioterapia externa. 

Quais podem ser os benefícios da radioterapia no câncer de próstata localizado?

A radioterapia pode oferecer diversos benefícios no tratamento do câncer de próstata confinado ao órgão, tais como:

• Eficácia comparável à cirurgia: estudos clínicos mostram que, em tumores confinados à próstata, a radioterapia apresenta taxas de controle da doença comparáveis às da prostatectomia radical, com excelente sobrevida livre de recorrência em longos períodos de acompanhamento. A escolha entre cirurgia e radioterapia deve considerar as características clínicas do paciente, o perfil do tumor e as preferências individuais, sendo fundamental a discussão com a equipe médica para personalizar a decisão. 
• Menor invasividade: por ser um tratamento não cirúrgico, a radioterapia evita os riscos e o tempo de recuperação associados a procedimentos invasivos. 
• Preservação das funções urinária e sexual: técnicas avançadas de radioterapia minimizam danos aos tecidos próximos, resultando em menores taxas de incontinência urinária e disfunção erétil em comparação à cirurgia.
• Opção para pacientes inaptos à cirurgia: homens com comorbidades ou idade avançada, que apresentam alto risco cirúrgico, podem se beneficiar da radioterapia como tratamento primário.
• Conveniência no tratamento: a radioterapia externa é realizada em sessões diárias de curta duração, permitindo que muitos pacientes mantenham suas atividades habituais durante o período terapêutico. As sessões de radioterapia são realizadas em regime ambulatorial, geralmente de segunda a sexta-feira, com duração de poucos minutos, permitindo que muitos pacientes mantenham suas atividades profissionais e pessoais ao longo do tratamento. 

Quais os possíveis efeitos colaterais da radioterapia?

Embora a radioterapia seja geralmente bem tolerada no tratamento do câncer de próstata, alguns efeitos adversos podem ocorrer durante ou após o tratamento:

• Sintomas urinários: aumento da frequência urinária, urgência ou desconforto ao urinar, são relativamente comuns e tendem a ser mais pronunciados nas últimas semanas de radioterapia, geralmente melhorando com o tempo ou com medidas de suporte. 
• Alterações intestinais: alteração do hábito intestinal (diarreia ou constipação); desconforto abdominal ou sensação de urgência evacuatória (tenesmo); na maioria dos casos, esses efeitos são transitórios e controláveis. 
• Fadiga: sensação de cansaço, especialmente nas últimas semanas de tratamento.
• Disfunção erétil: embora menos comum do que na cirurgia, pode ocorrer, especialmente a longo prazo.

É fundamental discutir com o médico radio-oncologista sobre os possíveis efeitos colaterais e as estratégias para minimizá-los.

Quais os principais avanços tecnológicos em radioterapia?

Os progressos tecnológicos têm aprimorado a precisão e a eficácia da radioterapia. São exemplos:

• Radioterapia de intensidade modulada (IMRT/VMAT): permite moldar os feixes de radiação de acordo com o formato do tumor, protegendo os tecidos saudáveis circundantes.
• Radioterapia guiada por imagem (IGRT): utiliza imagens obtidas durante o tratamento para ajustar a posição do paciente e garantir maior precisão na entrega da radiação.
• Radiocirurgia estereotáxica (SBRT): consiste na administração de altas doses de radiação em poucas sessões, com precisão e sempre guiada por imagem. Pode ser uma opção de tratamento para casos selecionados.

A radioterapia muitas vezes é uma opção para o tratamento do câncer de próstata localizado, oferecendo benefícios significativos em termos de preservação da qualidade de vida. A indicação do melhor tipo de tratamento deve ser individualizada, levando em consideração as características do tumor e as condições clínicas do paciente. É essencial que o paciente discuta com sua equipe médica todas as opções disponíveis, compreendendo os benefícios e riscos de cada abordagem, para tomar uma decisão informada e alinhada com suas expectativas e valores.

Se você recebeu a indicação do tratamento com radioterapia, entre em contato para marcarmos um horário! Venha conversar, tirar dúvidas e conhecer meu trabalho.

Dra. Maria Thereza Starling
CRM: 186315/SP
RQE: 99118 – Radioterapia

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