Como os Avanços Tecnológicos Melhoraram a Precisão da Radioterapia para Pele?
Postado em: 26/05/2025
A Radioterapia é uma modalidade terapêutica amplamente utilizada no tratamento do câncer de pele, visando destruir ou diminuir células malignas com radiações ionizantes.

Nos últimos anos, avanços tecnológicos significativos têm aprimorado ainda mais a precisão desse tratamento. Este artigo comenta essas inovações!
Radioterapia de intensidade modulada da dose (IMRT/VMAT)
A Radioterapia de Intensidade Modulada da Dose (IMRT/VMAT) é uma técnica avançada que permite a modulação da intensidade dos feixes de radiação, adaptando-os ao formato tridimensional do tumor.
Essa abordagem possibilita:
- Precisão aprimorada: ajuste preciso da dose de radiação ao contorno do tumor, maximizando a destruição das células cancerígenas.
- Preservação de tecidos saudáveis: redução da exposição de tecidos e órgãos adjacentes à radiação, minimizando efeitos colaterais.
- Aplicação em áreas complexas: indicação para tumores localizados em regiões de difícil acesso ou próximas a estruturas críticas.
A técnica IMRT/VMAT pode contribuir para o controle local do tumor e reduzir a toxicidade em comparação com técnicas convencionais.
Radioterapia guiada por imagem (IGRT)
Esse tipo de “Radioterapia“ utiliza técnicas avançadas de imagem para localizar e monitorar o tumor em tempo real durante o tratamento.
Os principais benefícios dessa modalidade podem incluir:
- Máxima precisão: a radioterapia guiada por imagem (IGRT) permite ajustes precisos na posição do paciente e do feixe de radiação, garantindo que a dose seja entregue exatamente no local planejado.
- Compensação de movimentos: adaptação a possíveis movimentações do tumor ou do paciente, assegurando a precisão do tratamento.
- Redução de margens de segurança: Possibilita a diminuição das áreas irradiadas.
A implementação da IGRT tem sido associada a melhores resultados clínicos e menor incidência de efeitos adversos.
Braquiterapia
A Braquiterapia é uma técnica na qual fontes radioativas são colocadas próximas ou dentro do tumor, permitindo:
- Administração de doses elevadas: entrega de doses altas de radiação diretamente no tumor, aumentando a eficácia do tratamento. Uma característica física da Braquiterapia é o alto gradiente de dose, permitindo uma redução rápida da dose em tecidos saudáveis em torno do tumor.
- Preservação de estruturas circundantes: minimização da exposição de tecidos saudáveis, reduzindo efeitos colaterais.
- Tratamento ambulatorial: procedimentos geralmente realizados em regime ambulatorial, com recuperação mais rápida.
Essa abordagem é especialmente útil para tumores de pele localizados em áreas sensíveis, como nariz, orelhas e pálpebras.
Integração da inteligência artificial na radioterapia
A utilização da Inteligência Artificial (IA) na radioterapia não é um conceito novo e vem sendo explorada desde a década de 1970, inicialmente em estudos experimentais focados na avaliação de imagens médicas e no aprimoramento dos sistemas de planejamento de tratamento. Com o avanço tecnológico, o papel da IA tornou-se progressivamente mais abrangente, impactando diversas etapas do processo terapêutico.
Entre as principais aplicações, destaca-se a análise de imagens, na qual algoritmos de aprendizado de máquina são utilizados para identificar com alta precisão volumes tumorais e órgãos de risco, auxiliando os radio-oncologistas no delineamento de alvos terapêuticos de forma mais eficiente e reprodutível.
Outra área de impacto é a otimização de planos de tratamento, em que sistemas inteligentes desenvolvem planos personalizados que maximizam a dose no tumor enquanto minimizam a exposição de tecidos saudáveis, promovendo maior eficácia e menor toxicidade.
Além disso, a IA vem sendo empregada na predição de respostas terapêuticas, permitindo a antecipação de padrões de resposta tumoral e de toxicidades com base em características individuais do paciente, no perfil das imagens e nos dados da distribuição de dose, o que possibilita ajustes proativos e personalização do tratamento.
Um campo emergente de grande relevância é a radiômica, que utiliza a extração automatizada de centenas a milhares de características quantitativas das imagens médicas, como tomografia, ressonância magnética e PET, para identificar padrões invisíveis ao olho humano. Esses dados radiômicos, quando analisados com técnicas de IA, permitem prever a agressividade do tumor, a resposta ao tratamento e até mesmo estimar a sobrevida, oferecendo suporte para decisões clínicas mais precisas e individualizadas.
Estudos recentes em tumores cerebrais, pulmonares e de próstata demonstram que modelos radiômicos associados a inteligência artificial podem melhorar significativamente a estratificação de risco, o planejamento adaptativo de radioterapia e a detecção precoce de recidivas.
Outras aplicações inovadoras incluem o desenvolvimento de radioterapia adaptativa baseada em imagem em tempo real, onde algoritmos de IA ajustam o plano de tratamento diariamente conforme as mudanças anatômicas do paciente, e o suporte automatizado à decisão clínica, auxiliando na escolha das melhores estratégias terapêuticas para cada perfil de paciente.
Esses avanços reforçam que a integração da inteligência artificial na radioterapia não apenas aprimora a precisão técnica, mas também impulsiona uma nova era de medicina personalizada, capaz de oferecer tratamentos mais eficazes, seguros e alinhados às necessidades específicas de cada indivíduo.
Os avanços tecnológicos têm desempenhado um papel importante na radioterapia para o câncer de pele. É interessante que os pacientes conversem com seus médicos sobre as opções disponíveis.
Espero que tenha gostado do conteúdo. Para conhecer meu trabalho e os recursos que utilizo, entre em contato para marcar uma consulta!
Dra. Maria Thereza Starling
CRM: 186315/SP
RQE: 99118 – Radioterapia