Quando o câncer se espalha para outras partes do corpo, o tratamento precisa ser cuidadosamente planejado para oferecer qualidade de vida, controle da dor e, em muitos casos, redução do volume tumoral. A Radioterapia para Metástases é uma das ferramentas mais eficazes nesse cenário, com papel importante em diferentes fases da doença.

Neste artigo, você vai entender o que são metástases, quando a radioterapia é indicada, quais técnicas são utilizadas e como o tratamento pode ser conduzido com segurança, precisão e conforto. Continue a leitura e saiba como essa abordagem pode fazer diferença no cuidado oncológico.

O que são metástases e como a radioterapia pode ajudar?

Metástases são lesões cancerígenas que surgem quando células tumorais se desprendem do tumor primário e se instalam em outros órgãos ou estruturas do corpo, como ossos, cérebro, pulmões ou fígado. Elas indicam uma fase mais avançada da doença, mas não significam, necessariamente, que o tratamento perdeu seu valor.

A radioterapia para metástases é frequentemente utilizada nesse contexto para controlar os focos metastáticos, aliviar sintomas e, em alguns casos, promover controle local duradouro, especialmente quando há poucas lesões.

Quando a radioterapia é indicada para metástases?

A “radioterapia para metástases” pode ser indicada com diferentes finalidades, dependendo da extensão da doença, sintomas e condições clínicas do paciente. As principais indicações do tratamento radioterápico para câncer metastático são:

  • Controle da dor em metástases ósseas;
  • Radioterapia de metástases cerebrais com radiocirurgia ou radioterapia de crânio inteiro;
  • Compressão medular, para evitar ou reverter déficits neurológicos;
  • Metástases pulmonares, hepáticas ou linfonodais localizadas;
  • Doença oligometastática, quando há número limitado de metástases, com potencial de controle prolongado;
  • Sangramentos ou obstruções causadas por lesões metastáticas.

A decisão sobre o uso da radioterapia é sempre individualizada e baseada na avaliação clínica, nos exames de imagem e nas metas terapêuticas estabelecidas.

Principais técnicas de Radioterapia para Metástases

A escolha da técnica de RADIOTERAPIA PARA METÁSTASES depende da localização da metástase, do número de lesões, do tipo de tumor primário e da saúde geral do paciente.

Radioterapia estereotáxica (SBRT/SRS)

A SBRT (Radioterapia Estereotáxica Corporal) e a SRS (Radiocirurgia Estereotáxica) são técnicas altamente precisas que entregam altas doses de radiação em poucas sessões (de 1 a 5 aplicações), com excelente controle local e baixa toxicidade.

A SRS é indicada para metástases cerebrais, enquanto a SBRT é usada em pulmão, fígado, coluna, ossos e linfonodos. São ideais para pacientes com até 3 a 5 metástases bem delimitadas, com intenção de controle prolongado.

Radioterapia convencional

A radioterapia convencional é amplamente utilizada no controle de sintomas causados por metástases. É especialmente útil em metástases ósseas dolorosas, compressões medulares e sangramentos, com respostas rápidas e boa tolerância.

Normalmente realizada em 5 a 15 sessões, é segura mesmo para pacientes em cuidados paliativos ou com maior fragilidade clínica.

Radioterapia de intensidade modulada (IMRT/VMAT)

Essas técnicas de controle de metástases com radiação permitem moldar o feixe de radiação ao contorno da lesão, ajustando a intensidade da dose e preservando os tecidos ao redor. São utilizadas em metástases próximas a estruturas críticas, como medula espinhal, intestinos, rins ou vias aéreas.

Com IMRT e VMAT, é possível tratar áreas complexas com maior segurança, reduzindo os efeitos colaterais e otimizando o conforto do paciente.

Benefícios da radioterapia para pacientes com metástases

A radioterapia pode trazer importantes benefícios, mesmo em situações de doença avançada. Em muitos casos, é possível:

  • Reduzir a dor e melhorar a mobilidade em metástases ósseas
  • Controlar sintomas neurológicos em metástases cerebrais ou compressões
  • Evitar complicações como fraturas patológicas ou paralisias
  • Aumentar o tempo livre de progressão local
  • Melhorar a qualidade de vida e permitir menor uso de medicações analgésicas ou corticoides

Além disso, em pacientes com doença oligometastática, a radioterapia pode fazer parte de estratégias de tratamento com intenção de controle de longo prazo, retardando a necessidade de terapias sistêmicas contínuas.

Como funciona o tratamento para metástases?

Após a avaliação com o radio-oncologista, o paciente realiza exames de imagem atualizados e uma tomografia de planejamento, que permite delimitar com exatidão a área a ser tratada.

Com essas informações, a equipe elabora um plano personalizado, considerando o número de sessões, a dose total e a técnica mais adequada. O tratamento pode variar de 1 a 20 sessões, conforme o objetivo terapêutico e a condição do paciente.

As sessões são rápidas, ambulatoriais e indolores, com duração média de 10 a 20 minutos. Durante todo o processo, a resposta clínica é monitorada e, quando necessário, o plano pode ser ajustado para garantir o melhor resultado.

Possíveis efeitos colaterais da Radioterapia para Metástases

Os efeitos colaterais variam conforme a área tratada, a dose utilizada e a técnica aplicada. Em geral, são leves e controláveis, principalmente quando se utilizam técnicas modernas como SBRT e IMRT.

Alguns efeitos possíveis incluem:

  • Fadiga leve durante o tratamento
  • Reações cutâneas locais, como vermelhidão ou descamação
  • Desconfortos específicos, como tosse leve (em metástases pulmonares) ou dor transitória após tratamento de ossos
  • Irritação intestinal ou urinária leve, em tratamentos pélvicos ou abdominais

A equipe médica acompanha o paciente de perto e orienta medidas para reduzir os sintomas e garantir conforto e segurança ao longo do tratamento.

Vamos conversar?

A radioterapia para metástases é uma ferramenta valiosa no cuidado oncológico, com potencial para aliviar sintomas, controlar focos da doença e melhorar a qualidade de vida de forma segura e personalizada. Com técnicas modernas e protocolos baseados em evidências, é possível tratar com precisão e bem-estar.

A Dra. Maria Thereza Starling, médica radio-oncologista com formação especializada e atuação humanizada, oferece tratamento individualizado em Radioterapia para Metástases em diferentes localizações. Agende uma consulta e conheça as melhores opções terapêuticas para o seu caso.

Perguntas Frequentes

Na maioria dos casos, o objetivo da radioterapia para metástases é controle local e alívio de sintomas, e não necessariamente a cura. No entanto, em pacientes com doença oligometastática (com poucas metástases localizadas), técnicas como a radioterapia estereotáxica (SBRT) podem alcançar controle prolongado e até a eliminação completa das lesões tratadas.

A radioterapia atua destruindo ou inativando as células tumorais nas áreas metastáticas. Com isso, é possível interromper o crescimento das lesões, prevenir complicações locais (como fraturas ou compressão medular) e reduzir a carga tumoral, o que pode prolongar o tempo livre de progressão e melhorar a qualidade de vida.

Sim. A radioterapia pode ser combinada com quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo, dependendo do tipo de tumor e do plano terapêutico. Essa abordagem integrada é comum em centros oncológicos e pode potencializar o efeito antitumoral quando bem indicada.

O número de sessões varia conforme a localização, o tamanho da metástase e a técnica utilizada. Na radioterapia convencional, são indicadas de 5 a 15 sessões. Já na SBRT (radioterapia estereotáxica), podem ser realizadas apenas 1 a 5 sessões, com alta precisão e eficácia.

A melhor forma de reduzir os efeitos colaterais é seguir as orientações da equipe médica, manter uma boa hidratação, cuidar da alimentação e comunicar qualquer sintoma ao radio-oncologista. Técnicas como IMRT e SBRT ajudam a proteger os tecidos saudáveis e reduzem reações adversas.

Sim. Esse é um dos principais objetivos da radioterapia paliativa. Em metástases ósseas, a radioterapia costuma proporcionar alívio rápido da dor, melhora da mobilidade e redução da necessidade de analgésicos. Os resultados são excelentes, mesmo em poucas sessões.

Sim. A radioterapia é um tratamento não invasivo, ambulatorial e bem tolerado, inclusive por pacientes com mais idade ou com outras comorbidades. O plano terapêutico é ajustado conforme o estado clínico do paciente, garantindo segurança e conforto.

Após o fim do tratamento, o paciente segue em acompanhamento com o radio-oncologista, geralmente com consultas e exames periódicos. Esse monitoramento permite avaliar a resposta ao tratamento, identificar efeitos tardios e planejar possíveis novas abordagens, sempre de forma individualizada.